
Exposição “António Badajoz”: Encontra-se patente no antigo edifício dos CTT, desde o passado dia 8 de Agosto até 5 de Dezembro próximo, a exposição que assinala os 60 anos de alternativa de António Badajoz, ilustre bandarilheiro e “personagem” de destaque no mundo dos toiros. A exposição, de carácter biográfico, incide sobre a vida do homenageado enquanto figura marcante da “festa brava” que acabou por inspirar de forma permanente o universo do toureio português. A exposição procura assim dar a conhecer António Badajoz, procurando desde já calcar caminho para a concretização do futuro núcleo tauromáquico de Coruche.
Exposição “
Caminhos de terra… construções em pedra: o Megalitismo em Coruche”: Encontra-se patente no MMC, desde o passado dia 14 de Agosto até 2 de Maio de 2010, uma exposição dedicada ao megalitismo em Coruche, feita em parceria com o
Museu Nacional de Arqueologia (MNA). A exposição, que resulta de uma investigação realizada ao longo de um ano, tendo por base o estudo dos “Cadernos de Campo” de Manuel Heleno (director do MNA de 1930 a 1966), permite ao visitante observar materiais recolhidos das escavações realizadas entre os anos de 1931 e 1934 no extremo sudeste do Concelho de Coruche. Poderão também ser observados objectos que testemunham rituais praticados pelas comunidades agropastoris que habitaram a região entre o 5.º e o 3.º milénio a.C. Em complemento à exposição, destaque para o lançamento do Roteiro Megalítico de Coruche, um projecto editorial do MMC em parceria com o MNA (o roteiro poderá ser adquirido no MMC pelo valor unitário de 18,00 Euros).
“IV Bienal de Artes Plásticas”: Decorrerá de 2 a 18 de Outubro a quarta edição da Bienal de Artes Plásticas de Coruche, salão comissariado pelo Arquitecto Carlos Janeiro que tem conquistado o seu lugar no panorama nacional das artes plásticas, constituindo-se já como uma referência para muitos artistas, população local e apreciadores nacionais. A bienal tem vindo a caracterizar-se como “um espaço de inovação, de encontro, de prazer intelectual e de experiência cultural para muitos”, o que tem contribuindo para um incremento cultural e social na região. O local de realização do salão será anunciado em breve, esteja atento aos meios de comunicação ou consulte regularmente o sítio do MMC na internet.
Sobre os três eventos sugeridos poderá encontrar informações adicionais visitando pessoalmente o museu municipal ou, em alternativa, consultando o seu sítio na internet (
www.museu-coruche.org).

«IV Edição da Bienal de Coruche»
«Apesar do atávico cinzentismo nacional, que nos nossos dias teima estar em alta, mais uma vez se reuniram condições para que o colorido projecto “Bienal de Coruche” trouxesse a esta vila um salão de artes plásticas que já se constituiu como uma referência para muitos artistas, população local e apreciadores em geral. Neste ano de 2009 assistimos à 4ª edição e por isso já se nos é permitido alguma História. O que há seis anos poderia parecer um projecto inconsequente e superficial, um capricho ou uma “feira de vaidades”, dados os escassos recursos disponíveis e a inexistência de histórico local nesta área, a Bienal provou ser aquilo que se pretendia desde o início – um espaço de inovação, de encontro, de prazer intelectual e de experiência cultural para muitos, contribuindo para a valorização cultural e social da região. É verdade que podíamos ter crescido mais, ambicionado uma outra dimensão, mas o que formulámos como objectivos e que ao longo dos anos fomos alcançando, está definitivamente enquadrado com o espaço que ocupamos no panorama nacional. Podemos dizer que, até agora, a Bienal cumpriu.»
«Bienal 2009»
«O que esperar de um Salão de Artes Plásticas numa região isolada do Ribatejo?»
«Antes de mais “provocar”, conceito essencial para Dali e estruturador de toda a sua filosofia de vida. Provocar principalmente as variadas emoções que se extraem do prazer contemplativo e argumentativo. De aparente inutilidade operativa, a arte é uma experiência única que não pode ser substituída por nenhuma outra área do conhecimento humano. A arte reúne todas as dimensões humanas - a emotiva, a racional, a mística, a física… ampliando a visão que temos do mundo e de nós mesmos. Tendo uma dimensão transversal, a arte humaniza e por este motivo precisamos que esteja presente na educação como mobilizadora de saberes, permitindo obter resultados significativos em diversos campos. A proximidade que a Bienal tem mantido com sucessivas camadas de público jovem, tem contribuído para a sua humanização no sentido completo e pleno da palavra. Estamos convictos da sua influência ao ajudar a colmatar as graves lacunas que hoje se verificam no ensino. Infelizmente, a Escola dos nossos dias subvaloriza o ensino artístico como potenciador de aprendizagens. Um jovem envolvido em actividades de compreensão artística, potencia habilidades manuais, desenvolve os sentidos mas sobretudo desenvolve a mente e as suas capacidades de discernir, interpretar, compreender, representar, imaginar.»
«Assim, a dimensão didática dirigida aos mais jovens – mas não só - é um dos vectores que a Bienal tem privilegiado. Outro, será obviamente a arte em si enquanto manifestação do intelecto, para usufruto e deleite de quem nela participa, artistas e não-artistas. Gosar da possibilidade de ver “o que está para além da montanha” como diria Rudyard Kipling, espectadores dos mistérios da criação. E a arte é o que nós queremos que seja e que nos dá prazer. Vários foram os que ao longo dos séculos se atreveram a classificar ou definir a arte. No entanto hoje é finalmente aceite que não existe uma definição satisfatória. Segundo o historiador de arte Robert Rosenblum, a necessidade de uma definição para arte é hoje tão obsoleta que acha que ninguém se atreverá a fazê-lo. Aliás, e como disse outro historiador, Thomas McEvilley: "…de algum modo, tudo pode vir a ser arte.” Na Bienal, conscientes deste desenvolvimento retórico, fomos condicionando os critérios de selecção a uma necessária habituação ao discurso visual contemporâneo. Se numa primeira fase a Bienal de Coruche perseguia um nicho dentro da produção artística, na expressão do neo-figurativo, com o tempo viemos a reconhecer uma apetência por parte de diferentes sensibilidades que se constituíram progressivamente como uma mais-valia cultural. Esta diversificação aconteceu naturalmente logo a partir da primeira edição, fruto da enorme adesão dos artistas a este projecto. Os critérios de selecção têm vindo a ser ajustados a esta realidade e ao espaço físico disponível que, por opção estratégica, ainda se mantém reduzido, o que permitiu atingir uma qualidade geral acima da média que se supera ciclicamente, no aspecto formal, conceptual e na profundidade filosófica, permitindo antecipar a mesma evolução positiva para futuras edições.»
«Ao afirmar que na arte encontramos também uma forma de educar e comunicar, implicamos o artista como agente de mistérios, que dão a conhecer a intimidade e a sua interpretação do mundo, o que nos enriquece humana e espiritualmente. Com ele partilhamos o privilegiado de assistir ao fenómeno criador e é essa a essência que queremos perpetuar em mais uma Bienal de Coruche.»
Carlos Janeiro
COMISSÁRIO DA EXPOSIÇÃO